Um pouco de mim

Quem me conhece acha que eu sou um cara estranho, já que conto cada história que aconteceu comigo e com minha família, são de assustar meio quarteirão. Uma tia gostava de uma pemba, outras duas, qualquer probleminha em suas vidas era obra de macumba, enquanto uma praticava, as outras viviam dizendo que isso não era de Deus, era engraçado demais. Mas crer em macumbaria não mesmo, até brincava com os crédulos, que se macumba fosse algo bom, ela seria boacumba.

Não tinha como não estar inserido nisso, na rua transversal de onde morava, tinha um Centro Espírita nos fundos de uma casa. Os meus vizinhos do lado esquerdo eram parentes, vivia ouvindo sobre os rituais, não acreditava que era do capeta, muito menos que as pessoas que nela vão, tenham o poder para destruir a vida dos outro. Vi muita galinha preta morta nos altares, os rituais eram sempre muito animado e lotava, cheguei a ir algumas vezes, mais em época de Cosme e Damião, mas só pegava as balas, as comidas eu tinha nojo, os pembeiros com seus santos baixados, enfiavam a mão no bolo e na tigela de pipoca e vinha fazer você comer, quanta gente comia aquilo, arghhhhhhhh.

Hoje se discute muito sobre a veracidade desses transes em Centro Espírita, no meio evangélico é coisa do demo, no científico há um grupo que acredita que é coisa da cabeça do indivíduo e uma outra parcela, que é uma manifestação "espiritual", de algo ainda desconhecido. Quem está certo? Coisa do capeta não é, muito menos da cabeça, embora isso aconteça com alguns, mas também pelo que pude observar em minhas muitas visitas aos CE, que aquilo ali não é 100% espírito se manifestando, acreditar numa pessoa que morreu a 500 anos ou menos, ainda esteja preso na esfera terrestre a espera de uma chance para remissão de seus erros, que por maldade pode ainda aqui estar fazendo o mal, não dar pra levar a sério, mas o fenômeno é real, se é espírito desencarnado ou não , veremos isso depois.

Mas voltando a meu passado, era uma criança diferente, pegando carona na célebre frase do filme Sexto Sentido, "Eu vejo gente morta", eu bem que era como aquele garotinho, o Cole, tinha o poder de ver e ouvir o sobrenatural, mas as semelhanças são só aí, já que em personalidade, a minha era bem mais trabalhada, e é evidente que não via as coisas do mesmo jeito que ele, coisa feia não. Até minha entrada na fase adulta, via e ouvia coisas com uma naturalidade íncrível, as vezes me assustava sim, mas já estava acostumado, quando voltava a si, dizia que isso não podia me fazer mal, mas nunca quis ser arroz de festa para os grupos espíritas. Fui atrás de respostas, mas a maioria que recebia, em especial as ditas pelos espíritas, soava para mim exageradas.

Uma vez com 9 anos de idade, uns parente do interior, aparecem lá em casa, minha mãe me coloca para dormir na sala, um primo também dorme, de madrugada ele me acorda assustado, dizendo que tem algo parado na porta, estava meio sonolento, mas quando olhei levei um susto tremendo, tive medo, já que na nossa frente tinha um homem vestindo uma armadura medieval segurando uma lança, e não era só isso, de suas fendas escorria sangue até o chão. O tempo lá fora estava ventando demais, tudo estava em sintonia para deixar aquilo mais assustador, os galhos ao bater um nos outros faziam um barulho estrondoso, minutos passaram e aquilo não saia de lá, demorou muito até caí no sono novamente. As manifestações estranhas não passaram, meses depois esse meu primo, na casa de minha vó, vê uma mão tipo de bruxa saindo atrás de uma porta e o chamando. Meu grupo familiar é super estranho, meses depois na casa nova de meu primo, coisas estranhíssimas acontecia, certa vez, em cima no terraço, por um tempo, bolinhas de gude, apareciam do nada, e ficavam sozinhas rolando de madrugada sem nada ter lá em cima.

Com o tempo tentava eu mesmo dar uma reposta para o que acontecia comigo, montando minhas teorias de um monte de fontes lidas e pessoas que eu conversava, mas se tem uma coisa que creio profundamente é que uma alma não fica vagando na Terra se recusando para ir embora.

Continua...

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1 opinaram:

  1. Neimar Alves said,

    Amigo, muito interessante suas histórias... mas, gostaria apenas de "corrigi-lo" se assim me permite, você empregou de maneira errônea o termo centro espírita a um centro umbandista, generalizar todos o centros onde se mantém conversas com os espíritos com o nome de centro espírita é errado.
    Normalmente o Centro Espirita é aquele lugar onde Espíritas Diga-se os Kardecistas se reunem para estudar e praticar de maneira geral
    os ensinamentos contidos no pentateuco espírita. É Lógico, que isso não fere de maneira nenhuma a moral das duas linhas... já que ambas abrem as portas para o contato com o plano espiritual.

    e só pra finalizar, quando você sita que "uma alma não fica vagando na Terra se recusando para ir embora." você está correto, ninguém pessoa ou espírito permanece estacionado ou lutando contra a correnteza... já que a evolução e o progresso são leis divinas. que demore 10 mil ou 1 bilhão de anos mas um dia ele teremos que despertar para as realidades do espírito. Afinal, que são mil anos pro espírito imortal?

    um grande abraço

    - 14 de abril de 2008 às 10:02


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